27 de out. de 2012

Quando ganhar é o mais importante

 Olá Adoradores

Esse esboço de artigo  é fruto de algumas situações e reflexões recentes, dando conta de experiências reais ou não em mesas de jogos.

                Em uma noite dessas estava conversando com meu grande amigo Chaveiro quando comecei a comentar sobre como a competitividade já não me atraia mais aos jogos, principalmente no caso do Magic.


                Achamos engraçado que um dos motivos que por tanto tempo mais nos chamou a atenção naquele jogo foi o mesmo que acabou nos afastando dele: O ganhar a qualquer custo. Veja bem, o texto até agora ganhou ares de mimimi, mas não é esse o real objetivo dele. Pelo menos espero que não.

                O Magic em si é um jogo extremamente competitivo, com diversos níveis, chegando ao profissionalismo em escala global. Não tenho pretensões de dizer que era um bom jogador, mas um jogador mediano e, graças a isso, tive o prazer de realizar diversas viagens, algumas delas internacionais ao lado de amigos como o Jefferson. Isso nem de longe é ruim, o fato do Magic ser competitivo (o de eu ser um jogador mediano é, rsrsrs), pelo contrário, é o que dá uma grande vitalidade a este jogo de cartinhas. MAS tem um limite, e eu encontrei o meu.

                No Magic, mesmo o jogo casual como commander, pode ser transformado em um jogo competitivo, com campeonatos e regras. Jogos de mesão podem ser pervertidos para dar vantagem para A ou B, e isso me incomodava demais de uns tempos para cá. Ganhar é tudo e, tal como o jogo dos tronos, no Magic ou você é campeão, ou você não é nada.

                Pensei então que o mundo dos boardgames modernos encontra-se um substituto para esse meu novo jeito de pensar o mundo lúdico, onde a vibe de jogar fosse MUITO mais importante do que ganhar ou perder a partida. Rir em volta da mesa ao fazer um jogador imitar um sapo, ou ter q passar embaixo de uma mesa por perder 3 partidas consecutivas de summoner wars condizia mais com um jeito moleque de encarar o hobby.

                Eis que me deparo com uma situação que por algum motivo, ingenuidade talvez, encontrei jogadores cujo objetivo é ganhar, não importa a qual custo. Jogar certo é ganhar, roubar e trapacear é permitido, afinal o orgulho estará ferido caso a derrota venha.

                Confesso que fiquei chateado, já havia encontrado jogadores que gostam de ser o centro das atenções, já encontrei jogadores que gostam de pensar que estão no multi palco Porto Alegre, já conheci pessoas as quais admitiam abertamente que aquilo era MUITO mais que um jogo, era a vida delas. Mas tudo isso no Magic, no RPG, não no boardgame entre amigos.

                Então, em uma situação dessas qual a melhor saída? “Recolher” as peças, pedir educadamente licença e inventar uma desculpa? Confrontar o Munchkin? Acredito que não tenha uma resposta certa, afinal, EU entendo que não há forma certa de jogar, existem formas onde as pessoas se divertem ou não se divertem.

E atualmente eu acredito que a diversão é o ponto chave para manter um grupo de jogos, amigos conhecidos ou potenciais amigos desconhecidos. A vibe é diferente daquela época, não digo melhor nem pior, apenas diferente. Talvez se esse texto fosse escrito ou lido por mim ano passado, seria bem diferente.

E você? O que procura em uma mesa de jogo?
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Sobre Mario:
Mario Mario é gaúcho, viciado em livros, filmes, quadrinhos e cultura POP, ou o que foi POP nos anos 90. Começou a carreira gamer com o Hero Quest, Spellfire e depois se tornou Magic Dealer quando teve a oportunidade de ser sócio de uma loja e conhecer o maravilhoso mundo dos tabuleiros modernos.

7 comentários:

  1. Falou certo cara.... querer vencer faz parte mas no final do dia ou do jogo o que vale a pena são as lembranças e discussões das estratégias utilizadas e dos momentos divertidos.

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  2. "tal como o jogo dos tronos, no Magic ou você é campeão, ou você não é nada"
    Hehehe, nunca joguei Magic, mas acho que não quero não. Tenho uma boa coleção de Spellfire, também é um dos jogos que me "viciaram", ou melhor, consolidou o "vício".
    A propósito, você devia mandar essa sua foto do nick para que a Galápagos trocasse a arte do Robin Hood.
    Belíssimo texto.
    Abs,
    Alexandre

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  3. Gostei do post. No caso do meu grupo de jogatina o mais importante é não ficar em último, hehe. Ñ importa quem ficou em primeiro ou segundo lugar e sim quem ficou em ultimo para tirar foto com o pato e ir para o blog, além de aguentar a gozação da galera até o fim da jogatina. Claro que tudo isso leva a diversão, que no final das contas é o mais importante.

    Abs

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  4. Grande post brow, realmente conforme conversamos outro dia, hj o vencer ou vencer do Magic não me encanta mais e sou mais da diversão acima de tudo que costuma ser o centro das atenções nos tabuleiros.

    Claro todos gostamos de vencer uma partida de vez em quando, mas hj curto muito menos quando eu ganho uma partida de Magic jogada na pressão de ter que ganhar em um torneio do que quando eu fico em último em uma partida de tabuleiro bem jogada e divertida.

    Lembro que logo que tu me apresentou o Catan lá no início conhecemos alguns jogadores nos tabuleiros que preferiam estragar a diversão já que estavam perdendo...a melhor opção acredito seja afastar tais pessoas das mesas para não perder o gosto pelos tabuleiros em função dos maus jogadores.

    Mais uma vez ótimo post e obrigado por reviver o blog, meus dias de trabalho escravo para vencer aquele compromisso estão chegando ao fim e em poucos dias poderei voltar a postar no blog.

    Abração.

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  5. E você? O que procura em uma mesa de jogo?
    Respondedo a tua pergunta Mario,eu busco a diversão,mas com este hobby ganhei muito mais do que isso.Através dos jogos de tabuleiro tive momentos de tranquilidade,historias que serão contadas muitas e muitas vezes,risos e mais risos,pérolas do grupo,e claro momentos de glória haha,e momentos de derrota os quais muitas vezes trouxeram risos,e o principal é a ligação que tenho com o Coveiro,ops o Chaveiro,logo, o meu PAI.Muitas vezes sentar na mesa com ele em uma noite comum,em um dia de semana e jogar uma partida de Summoner Wars salva o dia rotineiro pelo que passei,e me faz pensar que quero ter isso pra sempre...isso é o meu pai :)
    Concluindo,os jogos de tabuleiro não fazem as pessoas,nós fazemos o jogos.E tenho certeza que eu com o meu grupo de jogadores,fazemos bom uso desses momentos lúdicos maravilhosos!

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  6. Massa o post amigo...mas respondendo também a pergunta, eu não procuro nada em uma mesa de jogo, mas sempre encontro, uma família feliz dando muitas risadas..e encontrei também amigos queridos e de grande valor.

    São tantos anos e tantos jogos que não é bom comentar...kkkkkk

    A jogatina na Casa é a alegria do povo!!!!

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  7. Joguei Magic tmb por um bom tempo, e lendo o seu post veio as lembranças dos motivos que parei de jogar, que são principalmente o custo elevadíssimo do jogo para jogar os campeonatos, pois é legal jogar campeonatos? Pow é sim, principalmente pela viagem e as bagunças entre amigos, porém tambem me senti em um mundo competitivos demais para um jogo de cards.
    Atualmente estou muito ativo nos boardgames, confesso que as vezes sinto falta um pouquinho da competitividade, como fazer um torneio de Catan e tal, mas tenho receio de um "simples" torneio em uma única tarde, acabe aflorando nas pessoas um sentimento de querer vencer sempre em uma partida de Catan casual, comum, de brincadeira, puramente diversão em uma mesa com alguns litros de bebida, salgadinho e muita conversa e risadas...

    []'s
    Felipe Ambrosio.
    Tabulandia, Jogos de Tabuleiro

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